quinta-feira, novembro 10, 2005

Casa da Música




A recente discussão pública sobre o modelo jurídico que iriá ser aplicado à CdM criou uma cisão clara entre os fundadores privados, liderados pelo incontornável Santos Silva, e o Governo. De um lado, defendia-se que o Estado não dava garantias de executar uma política de rigor e que por isso os privados deveriam ter a legitimidade de aprovar ou rejeitar o plano de actividades proposto pelo Director Artistico. É bom ter presente que estes privados estão dispostos a suportar cerca de 10% do orçamento de funcionamento da CdM.

Do outro lado, o Governo fez finca pé em ser através de uma nomeação sua que era eleito a maioria do Conselho de Administração, por entender que esta era a única forma de defender que a instituição será sempre guiada por superior interesse público, aliás, condição para justificar um investimento daquela natureza.

O resultado foi mais favorável às prentensões do Governo, o que a meu ver, é salutar.

À laia de exemplo da gestão privada, fica a recente opção do actual CA de ter cancelado uma série de concertos da Orquestra Nacional do Porto previstos para Dezembro, tendo entrado em sua substituição o espectáculo do Noody.

Não que eu tenha nada contra o Noody que até é muito british e será visto pela minha prole ainda este mês no Atlântico, mas convenhamos, não me parece que seja projecto para estar na mais emblemática sala de música do país quando existem o Coliseu e o Europarque.