quarta-feira, janeiro 04, 2006

Post estilo Frente Nacional

Sou de esquerda mas tenho opiniões que sei que são próximas da extrema direita. Uma delas é a minha relação com o Portugal imperial e a responsabilidade que nos toca a todos de respeitar essa herança. Por isso, com a devida vénia, aqui vai:
Por razões genéticas e de educação, irrito-me cada vez que oiço um desertor falar de patriotismo e de amor a Portugal.
Manuel Alegre é um democrata, républicano e socialista e isso eu respeito. Não gosto é do seu ar de moralmente superior quando fala do seu amor a Portugal. O seu exílio na Argélia começou com a deserção da tropa portuguesa em combate.
Poderei ser acusado de estar a falar sem conhecimento de causa, pois, de facto, nunca passei por nenhuma experiência semelhante. No entanto, duvido que em pleno combate optasse por desertar e deixar os meus camaradas de armas com menos um quando era Portugal que lutava (não era Salazar ou o regime que estavam lá. Aliás, dos filhos do regime só uma honrosa minoria se bateu. Os outros estavam confortavelmente enfiados na Metrópole ou nunca saíam das cidades para combater).
A deserção é um crime grave (dos mais graves em tempo de guerra) que só a revolução de Abril fez apagar dos respectivos registos criminais e ainda bem que o fez. Mas a memória não se consegue apagar por decreto.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Em absoluta sintonia com o que foi por LCV/Trabuco. Fico perplexo quanto ao facto de este episódio ser milagrosamente obliterado das memórias dos fazedores de opinão da esquerda ou da direita. Houvera mais pudor intelectual, e o heróico 'vate do quadrado' já teria sido conhecido como o 'quadrado vai-te', e obrigado a ser um anónimo chefe de repartição que faria versos nas horas de expediente e pescaria achigãs nos tempos de alimentar a família.

3:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Parece que depois do Polvo de houve Caviar. E ou o caviar estava estragado ou "A Esquerda" está biruta.
No meu tempo os homens de esquerda ou eram igonrantes (burros, nhurros) tipo operário fabril, cuja maior promoção social era ser delegado sindical, ou era pseudo-intelectual e .... voilá....desertava das guerras para comer caviar e escrever poemas!!!!!Que mal tem o homem ter desertado???? Era de esquerda, a esquerda era...A esquerda era assim...Hello?
Se não concordam deixem de ser de esquerda.

Pergunto: São de Esquerda porquê?

Eu não odeio desertores, odeio os que desertam do meu lado mas admiro os que desertam para o meu lado. Eu tenho um lado, não tenho relativismos morais. Eu admiro todos os soldados/ginastas/tenistas do ex-bloco de Leste que desertaram para o Ocidente; admiro todos os pretos que combateram ao nosso lado na guerra colonial, admiro todos os iraquianos que se juntam ás forças policiais e militares do seu pais para combater o terrorismo da al-qaeda.

Não sou de esquerda, mas estou certo que se fosse estaria com o Alegre. Na minha barricada admiraria a sua deserção da mesma forma como, sendo de direita a condeno!

Cada vez estou mais convencido que o Trabuco não é de esquerda mas é de modas.

Como diz a musica dos Delfins: "um dia vais encontrar o lugar...juro! o teu lugar ao sol"

4:21 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pois bem, nem houve caviar nem o polvo estava estragado.
O Trabuco não vai de modas e precisamente, evita ter relativismos morais. Ser de esquerda e direita nada tem a ver com o respeito que mantenho por aqueles que na guerra lutaram apesar de duvidarem das razões do seu combate e que cumpriram o seu dever.
Eu não admiro desertores de guerra, mas o meu amigo confunde o conceito: os tenistas, artistas e outros que tais são exilados políticos ou emigrantes. Não abandonaram camaradas em combate em plena trincheira.
Mais:Quem cita Delfins devia de imediato ser fustigado com 10 chibatadas.
Passar bem.
Taborda

8:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem...Resposta tipica da direita, qualquer dias chegas lá!

Quanto aos delfins aceito 100 chibatadas, mas depois de ver homens de "esquerda" a censurar um camarada por não combater na guerra que condenava paraceu-me o mais adequado e acessivel ao vosso raciocinio eleitoralista pró soares.

Quanto aos exilados não estou a fazer confusão nenhuma, houve que preferisse as prisões da PIDE e a deportação para a a sibéria que abandonar a luta e exilar-se em na bela vida de Paris...tipo Soares!

São escolhas e tudo depende do lado!

10:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de não me reconhecer no reparo pró-soarista (a menos que se refira a Filipe SOARES Franco, Presidente do meu clube), o meu caro amigo continua a confundir salada de mamão com mamada no salão: Soares foi um exilado (em Paris) Alegre foi um desertor que fugiu para a Argélia.

10:41 da manhã  

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