terça-feira, outubro 10, 2006

RTP - Todos Presos!

Não sei nem me interessa qual o nome da pessoa responsável pela organização das grelhas dos canais satélites da RTP: Memória, África e Internacional, mas daqui peço ao novo PGR que instaure já um processo de inquérito porque uma programação tão descabida só pode ser classificada como prática criminal reiterada e grave.
Exemplo: 2ª feira 21.30h, na Memória os estimulantes Jogos sem Fronteiras de 1997, na Internacional um festival açoreano de folclore e na África um talk show angolano miserável. A quem se destinam estes conteúdos? Quem os "programou" e quais os resultados de share?
Ninguém sabe e a ninguém importa?

segunda-feira, outubro 02, 2006

Angola já não é nossa e é pena



Estive em Luanda há uns dias e vivi uma das experiências mais marcantes da minha vida. Luanda é uma cidade que não deixa nenhum português indiferente. Quem lá vai "sente" o que nos apaixona há séculos não conseguindo dar uma boa razão para este sentimento.
A cidade vive em caos permanente. Do trânsito ao "urbanismo", tudo está a ser vivido com uma intensidade assinalável. O ambiente de negócios é indisfarçável. Todos vendem e todos compram. A voracidade com que se consomem cartões de visita é inigualável. Sente-se que todos estão a presenciar um momento especial.
Contudo, é por isso que os contrastes são mais violentos. A visão do Mercado do Roque Santeiro é mad-maxiana. Não tem qualquer paralelo com o seu homónimo da Cidade da Praia. A dimensão e agressividade latente fazem a versão caboverdiana parecer o Estádio Vila Amália (do Grupo Desportivo de Sesimbra) quando comparada com o Estádio Alvalade XXI. A par deste mercado, dos bairros de lata, dos estropiados de guerra, dos pedintes, cruzamos-nos com Jeeps de alta cilindrada e valendo muitos milhares de Euros.
A comida (o peixe a a moamba) são óptimos. A Marginal apesar de estar mais feia do que no "nosso" tempo continua linda. E os Angolanos são grandes anfitriões.
Pelo meu lado, e para intensificar ainda mais a minha primeira verdadeira experiência africana, não dispensei uma intoxicação alimentar que me impediu de conhecer o Mussulo com ida à Contracosta incluída. Passei assim o meu único dia livre em Angola enfiado na cama e a lamentar-me por existir.
Prometo vingança!